O Guia do Mochileiro Das Galáxias

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  • Última modificação do post:12 de dezembro de 2021
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O Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams é o primeiro da trilogia de cinco livros que são reverência para todo o mundo nerd.

Semana passada falei um pouco sobre a incrível obra de Frank Herbert, Duna, e ressaltei o fato desta obra ter se tornado a mais influente e ainda atual obra de ficção cientifica de nossa época. Pois bem, apesar do Guia do Mochileiro Das Galáxias é mais uma obra que conseguiu influenciar o mundo.

1 – UNBOXING DA VERSÃO MAIS BONITA

O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias – a trilogia de cinco em um único volume, tradução literal de “The Ultimate Hitchhiker’s Guide of the GAlaxy”, lançado no Brasil pela editora Arqueiro é de tirar o fôlego.

São 780 páginas em um livro com 16 x 23 cm, em páginas off-white [amarelinhas] e com capa dura.

Sobre a capa: Excelente.

A capa desta versão é dura e em sua arte temos vários easters eggs que você vai descobrindo conforme vai lendo as estórias. Ainda sobre a capa, o trabalho que eles tiverem ao produzi-la é de se aplaudir de pé. É difícil descrever em palavras para entender, portanto você terá que assistir o vídeo de unboxing que logo acima para entender melhor.

O miolo também não ficou para trás, contendo duas folhas guardas em prata que combina com o resto do projeto. Há uma arte de fundo no sumário e uma arte de capa para cada novo livro.

Sobre esta última característica, talvez seja a única coisa que tenho a reclamar, pois todos os livros têm a exata mesma arte de “capa interna”, eles podiam ter aproveitado as artes das versões individuais, mas fazer o que, nem tudo é perfeito.

A tradução ficou a cargo de Carlos Irineu da Costa e até o momento não ouvi ninguém reclamando dela.

2 – O GUIA DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS DE DOUGLAS ADAMS RESENHA

2.1 Resumo de O Guia Do Mochileiro das Galáxias

Um dia Arthur Dent acorda e se tendo que se pôr deitado na lama entre sua casa e uma retroesvadeira que está prestes a destruir sua casa para a construção de uma rodovia.

O operário tenta dissuadi-lo dizendo que ele tinha sido informado por meio de um comunicado público que havia sido fixado no painel da prefeitura que ficava em um porão escuro no subsolo da mesma.

Ford Prefect, um ET disfarçado e seu amigo, acaba convencendo Arthur a ir tomar uma ceveja com ele enquanto o maquinista promete que não vai destruir a casa dele enquanto estiver fora, obviamente que ele não cumpriu a promessa.

Minutos depois no PUB Ford confessa para Arthur que é um ET e que a terra está prestes a ser destruída devido a uma nova “rodovia intergaláctica”.

Eles escapam instantes antes da destruição da terra e agora Arthur Dent vai acompanhar Ford Prefect enquanto ele atualiza os artigos do Guia do Mochileiro Das Galáxias em situações inusitadas e com o forte humor britânico.

2.2 – Cultura Nerd (Toalha, 42 E Outros)

— Qual o sentido da vida, o universo e tudo mais?

— 42.

— Como é que é rapaz?

Por anos eu vi referências ao Guia Do Mochileiro Das Galáxias pela internet a fora. Coisas como o dia da toalha e a resposta é 42. Resposta para o quê?

Para o sentido da vida, o universo e tudo mais.

Talvez meditando sobre essa resposta tão enigmática descubramos o motivo pelo qual Douglas Adams se tornou tão influente na cultura nerd. Afinal uma piada feita para os nerds de plantão meditem como na verdade a pergunta é mais importante que a própria resposta, como não pirar numa noia dessas?

Claro que o real motivo esteja por trás dos grandes artistas que foram influenciados pela obra de Douglas Adams, como por exemplo Neil Gaiman, um dos maiores escritores do presente.

Outros influenciados foram: Monty Python; Doctor Who? e Radiohead.

2.3 – Humor Sem Graça

Vamos ao tópico que certamente será alvo de críticas no futuro. O Guia do Mochileiro das Galáxias é sem graça!

Mas calma aí amigo (a), NÃO ENTRE EM PÂNICO! Antes de me cancelar na internet ouça ao menos meu argumento.

Previamente a dar início a este artigo resolvi ver o que os outros críticos amadores da internet estavam falando sobre a obra de Douglas Adams e o que vi foi bem diferente da experiência que vivi.

A maioria dos que vi afirmam que mijaram nas calças devido aos surtos de gargalhadas incontroláveis que tiveram enquanto liam O Guia Do Mochileiro Das Galáxias e sinceramente, passei bem longe desse estado de felicidade inebriante.

Esse estado de endorfina injetado diretamente no cérebro é uma das coisas mais poderosas e desejáveis quando se lê um livro de humor. Já cheguei a passar por esse estado algumas poucas vezes na minha vida de leitor, mas curiosamente, nenhuma dessas ocasiões foi lendo um livro de humor.

Lembro que uma dessas vezes foi quando li um livro de Graciliano Ramos, que infelizmente não lembro o nome da obra neste momento. Ri tanto na ocasião que cheguei a sentir dores no estômago.

Isso foi nos primórdios de minhas leituras, quando ainda lia muitos clássicos, de lá para cá, já me repetindo, isso voltou a acontecer apenas umas duas ou três vezes. Infelizmente O Guia do Mochileiro das Galáxias de Douglas Adams não foi capaz de me dar uma indecente dose de endorfina.

Porquanto, não estou dizendo que o livro é ruim, apenas que o seu tipo de humor, apesar de ainda assim gostar, não me causa gargalhadas.

Para MIM, seu maior êxito está na crítica bem-humorada ao sistema. Aliás, nosso próximo tópico.

2.4 – Crítica Ao Sistema

Você já assistiu alguma coisa do grupo Moty Python? Bem, como eu disse mais cedo, Douglas Adams foi roteirista do grupo e além do tipo mesmo tipo humor que vemos no livro, também vemos um tipo de crítica ao sistema muito semelhante.

Um exemplo disso temos logo na abertura. No resumo disse que o personagem Arthur Dent se vê preste a ter sua casa demolida pouco antes da Terra ser destruída para a construção de uma rodovia. O que eu não disse é que ele poderia ter contestado essa decisão.

Sim, o próprio demolidor lhe diz isso, só que ele teria que ter visto a nota pública fixada no painel onde era apresentado o diário oficial da cidade a duas semanas atrás. Porém o painel ficava num porão mal iluminado.

A piada está no exagero, porém ainda assim corresponde a uma realidade condizente com a brasileira. Pense bem, quando foi a última vez que você leu o Diário Oficial de sua cidade? É lá onde estão noticiadas todas as compras e licitações da sua cidade. Na verdade, é lá que é para estar noticiado todas as informações de teor público.

O problema é que esse tipo de informação ou fica em site pouco atrativo e muito ruim de mexer ou tem linguagem exacerbadamente complexa, geralmente recheada de juridiquês ou tudo isso numa tacada só.

Além, é claro, de ficar uma versão física em um painel em um canto obscuro de algum órgão público. Apenas isso? Claro que não, esse é apenas um exemplo dos tantos que são inteligentemente satirizados na obra. Então, se você gosta de ler coisas com um teor mais perspicaz O Guia Do Mochileiro das Galáxias cumpre bem esse papel.

3 – TEM FILME?

Filme O Guia Do Mochileiro das Galáxias

Sim, mas ainda não vi, porém dizem que é ruim. Um dia quando finalmente ver p filme faço um vídeo dizendo o que achei da obra. Aguardem.

4 – O GUIA DEFENITIVO DO MOCHILEIRO DAS GALÁXIAS UMA TRILOGIA DE 5, VALE A PENA?

Sim.

Poderia só dizer isso, mas acho que algumas palavrinhas a mais podem ser uma boa para você tomar sua decisão, entretanto não há muito o que se dizer a esse respeito, mas vamos tentar.

Primeiro que ultimamente está ficando difícil encontrar as versões individuais em forma física. Segundo que comprando estas você pagará quase que o dobro do volume único.

Uma opção válida é comprar a versão digital, entretanto, no momento em que escrevo este artigo, a diferença de preços entre a versão física e a digital é mínima.

Sei que há muitas pessoas que são adeptos do full digital, mas se você, assim como eu, também ainda tem preferência pelas versões físicas, no momento, o melhor custo benefício é justamente “O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias – A Trilogia de Cinco Em Um Único Volume” nesta edição que podemos chamar de luxo.

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